quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

Aos amigos que visitam meu blogue muita saude e paz
porque dinheiro agente corre atrás. Muito amor no
coração é o desejo do Webmaster abraços.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cachoeira do Sul (RS)

Cachoeira do Sul já em 1753 recebia
soldados Portugueses - e nesta data
é povoado por Casais Açorianos
que se dedicavam a agricultura.
Em 1819 é elevada a Vila ( Vila Nova
de São João de Cachoeira) desmembrando
de Rio Pardo.www.camaracachoeira.com.br
arquivo histórico.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sobre a Revolução Farroupilha

Transcrevo oficio do Cap. Comandante das Forças deum acampamento ambulante à 22/08/1836.
Ilmo senhor Boaventura José Pacheco
Nesta ocasião acabo de receber ordens do Exmo Sr Presidente da Provincia e do Exmo. Comandante de Armas, para reunir sem exceção o maior numero de cavalos que seja possivel , deste e desse distrito, por assim ser necessário ao bem da Pátria, na
certeza de que todos serão pagos a seus donos. Por isso que, de ordem dos mesmos Exmos Senhores.V. Sa. de coadjinação com o encarregado que mandei a esse lugar, na
mesma comissão, Luis Pedroso de Moraes,fará essa reunião coma maior brevidade e
imparcialidade, pois que não ée oculto a Vs. Senhoria, o mesmo que a mim, a cavalhada
que existe neste distrito conduz aeste o Cabo Pedro Barbosa do Rego que receberá a que já lhe for mister abem do bom desempenho desta importante diligencia que estou certo que Vs Sa. empregará da mesma o maior zelo de patriotismo. Deus guarde Vs Sa.

Campos da Miraguaia 25 de agosto de 1836.
José Luis Teixeira
Cap, m Comandante das Forças.

Este oficio comprova a movimentação de forças Leais ao Governo Central do império
do Brasil,à época da Revolução Farroupilha nos Campos da Lendária Vacaria dos Pinhais.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fontes de Tanino

Principais espécies Vegetais

Acácia - Originária da Australia
Algarobeira - Do sul do Brasil
Amieiro - Europa e norte da Africa
Carvalho da Europa
Castanheira da Europa
Dividí- Originária do México e
norte do Brasil
Gambir - Originário da Malásia
Mirabolano - Asia e Caucaso
Pinheiros Araucárias - Brasil
Quebracho - Nativa da América do Sul.

Tanino- Polifenóis de origem Vegetal, possui uso Farmacológico e aplicações
industriais

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Estância do Colorado

A Estância do Colorado

Numa tarde de outono de um veranico de maio, aponta na coxilha um homem, debruçado sobre o alpendre está o capataz, enquanto late a cachorrada ante a aproximação do forasteiro. Vem bem a cavalo a trote largo num baio ruano de cola atada a Cantagalo, bem se vê que vem de longe trás na garupa as malas de viagem e na voz um sotaque castelhano era um homem alto moreno rosto largo melenas longas e um farto bigode aparentava uns quarenta anos. Trajava botas com esporas com longas e pontudas rosetas bombahas com vinchas largas e chapéu grande desabado capa e poncho na garupa do baio.
- Buenos días patrón vengo de long la procura de trabajo.
- Apeie chegue pra diante disse o capataz observando mui atentos gestos do recém chegado. O capataz chamava-se Juvencio Gomes da Conceição um sujeito branco atarracado com uma cicatriz na testa, meio calvo barba e bigode ralo trajado a gaúcha com uma guaiaca couro de lontra e um trinta e oito HO reluzindo ao sol.
- Come te chama paisano
- Me chamo Hortencio Flores sou cria do Cerro Largo Província Del Uruguai, pero me chamam castelhano.
- Então Castelhano tem alguma referencia donde trabalhou, e que fazia.
- Si por suposto jô tengo trabajei em la Ronda , fica algumas léguas daqui,o proprietário era o Capitão Carneiro um velho amigo de la revolucion federalista como su patron, e que me deo mejores informes, por isto estoi a cá.
- Trabajo com domas e com la criacion, jo faço tambien esquilas, construcion de alambrado. O capitão caiu doente e teve que vender la propriedade.
A Estância do Colorado era centenária a maior do Rincão do Ibaté, a primeira sesmaria doada pela coroa na região serrana do Ibaté ao avô do Tenente-Coronel Ulisses Ribeiro do Canto este possuía mais de cento e cinqüenta milhões de terras entre campos e matos, local de rara beleza por seus campos e coxilhas verdejantes, as divisórias eram feitas por rios e penhascos não tendo sequer um metro de alambrado nas divisões das invernadas haviam taipas feita por escravos nos tempos de antanho, mais tarde usou-se a mão de obra barata contratada após a abolição da escravatura.
A Casa grande era toda de pedra mais parecia uma fortaleza, havia mais abaixo à atafona e a antiga senzala, agora reformada e onde se instalavam os peões em numero de trinta além dos trabalhadores braçais, ou moravam na casa ou eram agregados faziam, casebres em lugares estratégicos por ordem do proprietário plantavam caçavam e pescavam para subsistência sem nenhum custo, o coronel dava até as sementes para esses moradores remanecentes dos quilombos.
- Então Castelhano na verdade precisamos de mais peões que saibam lidar com cavalos, o patrão é mui exigente, entretanto conhece o Capitão Carneiro eu aceito suas referências, aqui se lida bastante pagamos bem, porém qualquer desavença com algum peão da estância será punida com rigor se vos mercê aceita as condições pode ir ao galpão que o Juá lhe arrumará um cômodo para dormir.
-Amanhã chega o patrão irá a ter contigo.
- Jô aceito mutio gusto gracias. Disse o paisano.
O Capataz chamou Juá um Negrinho alarife filho do velho Tomás para mostrar ao paisano as estalagens e conhecer os peões, no galpão também ficava próximo da casa lá ficavam as cavalariças, os arreames, e as tarimbas, onde os peões esticavam-se nos pelegos,tirando uma soneca enquanto baixava a bóia.
A mangueira de taipa feita no tempo do Império por escravos do avô
do coronel, tinha um palanque de angico bem no centro para se atar os
animais que iam ser domados as porteiras eram de varas grossas postas
feito chiqueiro. Também ali carneavam – se as reses para o sustento do
povo da fazenda era certo que se carneava uma rês a cada semana, sem contar as ovelhas estas eram diárias por vezes mais que uma.
A Estância mantinha-se da venda de animais cavalares e muares o coronel era criador de mulas na sede estância possuía não mais que mil cabeças de gado e aproximadamente duas mil ovelhas.
Em outras invernadas possuía gado em grande quantidade lá ficavam
Meia dúzia de peões que cuidavam do gado e de manada de cavalos xucros, enfrentando naquelas costeiras do rio do Tigre animais ferozes
numa luta desigual marcando e curando animais alçados tropeando para
propriedade as vacas de cria e reunindo animais para a doma.
Lá os peões tinham um galpão e cozinha de chão para se aquecer nos rigorosos invernos, ‘o fogo nunca se apagava dia em noite aceso’ era mantido pelo negro Atanásio que era encarregado do rancho e de fazer a comida naqueles fundos, o coronel possuía um arsenal enterrado em lugar que só ele e Atanásio sabiam, eram armas remanecentes das duas revoluções que o coronel e seus comandados participaram.
Na casa grande o coronel mantinha criados, Vicença e Floripa as cozinheiras e a negrinha Rosa esta ficava na vila com as patroas os afiliados Timóteo e Mércio a casa era um brinco o Coronel passava a maior parte do tempo na estância na vila de Santa Terezinha dista mais ou menos três léguas de distancia lá moravam seus familiares Sinhá Maria Inácia,suas filhas Clara, Angélica e seu filho Fausto, neto do Coronel, este inda estava na escola.
Os peões os melhores da região já se sabia, estavam prontos para tudo desde as mais difíceis lides campeiras, ou a pegar em armas ao primeiro toque do clarim do antigo chefe maragato agora um sexagenário.
Destacava-se Venâncio uma espécie de faz tudo, junto com o capataz
eram os mais antigos peões do coronel tinha também o Tunico ruivo, este
era o charreteiro do coronel além de guarda costas e diziam alguns que era também o degolador, era um sujeito ruivo meio sardento estatura mediana chapéu grande de abas largas, usava um sobretudo preto por baixo mantinha dois revolveres colt, carregados um cinturão crivado de balas, exímio atirador.
Não tinha família dizem que tinha vindo do Livramento, era cruza de uma galega vinda dos Açores com um parente do coronel um legitimo cão de guarda, estava sempre ao lado do patrão onde quer que fosse, um bom observador de pouca conversa era mui atento aos acontecimentos para isso era bem pago.
Nem bem se arranchou o paisano, o capataz mandou chamar Venâncio:
- Venâncio pegue o gateado pé de valsa no potreiro e traga bota no palanque pra ser domado.
Pouco tempo depois chegou o Venâncio com o cavalo puchado.
- Bota no palanque o aporreado diz pro castelhano montar e solta as varas da mangueira.
O paisano vinha calmo tirou o chapéu da cabeça pendurou na copa dum palanque pegou o lenço do pescoço e atou na testa como num ritual
Ajeitou as clinas do pingo e montou inda o pingo palanqueado testou as chilenas com uma mão nas clinas outra no mango enrigeceu a musculatura e gritou:
- Solta e me voy
O gateado era um ventana deu um salto pra frente e saiu corcoveando escarceando dando panaço e o paisano dêle espora garrado
Tal qual carrapato, enveredaram pra porteira e se foram, o pingo a corcovear campo a fora e paisano firme no lombo, sentando a espora na barriga e na virilha e sentava o mango na tala do pescoço.
Era lindo de se ver um querendo tirar outro querendo ficar no lombo, a peonada da estância conversava mui alegre elogiando o domador então o capataz gritou:
- Tá aprovado pode trazer o pingo gateado é mais um pra ensilha.
Ali naquela estância o teste pra indiada era duro e se não desse no couro era dispensado do serviço no mesmo dia.
A Noite caiu com ela a peonada foi se recolhendo era hora do gaúcho creu ficar com seus pensamentos rezar quem era de reza sonhar quem era de sonho e dormir quem não tinha insônia. O castelhano não dormiria
Algum cochilo na madrugada que passava na mente daquele vivente, seria remorso de que...
Na manhã seguinte ao clarear do dia a peonada da fazenda já fazia as
atividades rotineiras, uns havia alguns dias faziam a ronda na invernada velha, outros treinavam a tropa de mulas que ira ser vendida por aqueles dias a o tropeiro Manoel Honório famoso tropeiro das bandas de Cruz Alta. O Coronel chegou logo em seguida em sua Charrete moderna toda coberta por uma espécie de tecido preto puxada por um parelheiro de boa marcha, vinha nas rédeas o Tunico ruivo mais sério do que padre em dia de velório, o coronel apeou e ter com o capataz enquanto o ruivo cuidava da condução.
- Que novas por aqui Juvêncio já soube lá na cidade que contratou um paisano que fora peão do Carneiro lá da ronda.
- é verdade patrão é bem recomendado e bom de doma já testei o vivente
naquele gateado maleva que quase matou o Chico Troncho, o pingo ta domado é só dar mais uns galopes e botá na lida.
- Hum bem, bem e o restou tudo em ordem
- Tudo certo patrão tens uns peões fazendo a ronda outros cuidando da
mulada do Honório que deve chegar por esses dias.
Pondo - se então a conversar sobre os assuntos da estância os dois homens mateavam no galpão observando a mulinha mamando na égua que a pouco dera cria.
- Me chama o como é mesmo seu nome do peão Juvêncio, eu quero ter uma prosa - disse o coronel.
- é Hortêncio Flores porém todos o chamam “castelhano”, logo estará por
aqui andei apartar um boi para carnear. Pouco tempo depois vinha o paisano com o chapéu na mão disse adeus ao coronel que o mandou sentar em um banco ao seu lado dizendo:
- Bem Hortêncio como tu sabes tenho uma porção de peões de minha
inteira confiança, a maioria trabalha comigo a mais de vinte anos
alguns lutaram comigo outros são seus parentes e uns poucos como tu
trabalharam para correligionários e companheiros de revoluções, espero
contar contigo eu pago bem mas exijo respeito e lealdade. Quanto a sua
pessoa gostaria de saber sua história pode começar.
- Patrón jô gostaria que también mi chamasse castelhano como los otros
gracias.
- muito bem castelhano que seja assim, pode continuar disse o coronel
entregando a cuia de mate ao paisano.
O paisano inicio sua narrativa contando que seu Miguel Flores trabalhava para Don Chico Saraiva, pai do General Maragato Gumercindo
Saraiva e Aparício Saraiva, na região do Cerro Largo no Uruguai as sucessivas brigas entre Blancos e Colorados haviam moldado aqueles peões e os Saraiva tornando – os exímios combatentes e seus pai e seus
Irmãos eram fiéis seguidores desses caudilhos da pampa, já por de oitenta e cinco lutaram com os “trinta Y três orientais“, depois na fracassada revolução de “Quebracho”, aí Gumercindo veio morar no Brasil trazendo com ele Miguel Flores e sua família incluindo o castelhano
gurizote ainda para morar em uma fazenda de seu pai em Curral dos Arroios, no município de Santa Vitória do Palmar, um belo dia contou o castelhano o Dr Assis Brasil foi a Estância de Curral dos Arroios convidar
o General Gumercindo para pertencer ao partido Republicano, qual a resposta de Gumercindo “mi credo es la revolución. A ello no renuncio”.,encerrando a reunião.
-jô estava lá patron . E continuou o relato.
- Mais tarde tentaram eliminar o General imputando-lhe crime quando da morte e um negro velho muito estimado que morava na fazenda o que não é verdade pois Jô estava lá, El General mandou enterrar o negro próximo a casa lembro bem. Foi preso o General, Dona Amélia sua esposa mandou reunir a peonada e agregados deu duzentos homens para tira - lo da cadeia,porém Gumercindo mandou que ela permanecesse com os homens em prontidão acabou fugindo com uma chave falsa feita pelo Duque de Auche, neste meio termo Aparício Saraiva e seus irmãos que moravam no Cerro Largo muitos brasileiros lá residentes e veio para tirar seu irmão da cadeia, Jô agora com quatorze anios me juntei aos cem homens vindos do Uruguai com Aparício.
O General Joca Tavares e Silveira Martins junto com o General iniciaram a revolução federalista portanto desde Cerro Largo meus familiares lutaram junto aos federalistas com Gumercindo com chefe, o resto o coronel já sabe pois estava lá.
Bem, bem e quanto a Latorre o degolador soube pelo capitão Carneiro
que havia gente do Cerro largo e inclusive um Flores não seria vós mecê.
Na verdade um primo meu o Flores foi companheiro de Latorre e contava que era um homem honesto trabalharam juntos na Estância do General Silva Tavares no Uruguai então não era eu mas Flores contava
Que no episódio das trezentas degolas na verdade foram vinte e sete, bandidos executados pela investidura legal de Castilhos.
- Muito bem continue o relato dizia o coronel palmeando agora um baio.
- Entonces ninguém conta a história da divisão norte do cruel Firmino de
Paula autor da degola do Capão do boi preto, ninguém conta que esse era um homem impiedoso e vingativo.
- Bom, bom continue o relato se atenha a sua história disse o coronel-
Na revolucion jô pertencia à cavalaria do Coronel Aparício peleamos em
muitas batalhas, matamos muita gente, mas não degolei a ninguém o coronel não era afeito a degolas matar em “A LA CARGA” isto fizemos muito naquela guerra.
- Pero jô tengo remuersos de otras cosas, lutamos em outros estados tempos de sofrimento, fome, frio e por vezes sede, muitos ferimentos milhares de feridos então quando da volta do Paraná ao atravessarmos o rio Pelotas para o Rio Grande depois de muitos penhascos e corredeiras enterramos em uns matos armas pesadas antes de enfrentar a maior batalha campal desta revolução aproximadamente sete mil homens. O certo é que ao chegar próximo a Passo Fundo. A divisão norte formada por quatro mil homens, do famigerado General Firmino de Paula,e o General Rodrigues Lima o Coronel Santos Filho aquele que fugou com a ajuda de um traidor
haviam formado os famosos quadrados em torno de atoleiros e
banhados aguardando nossa tropa.
O General Gumercindo mandou nossa cavalaria chefiada pelo Coronel
Aparício fazer carga, mas não conseguimos furar o bloqueio devido o atoleiro ali existente peleamos por cinco horas ou mais na ultima carga cai
prisioneiro junto com mais ou menos dez companheiros, alguns dos nossos foram degolados ali mesmo, outros como eu tiveram melhor sorte
ficamos prisioneiros na tropa de Bento Porto. Soubemos mais tarde que o
General Gumercindo se retirara protegido pela cavalaria do Coronel Timóteo Paim e que ao contar os mortos nossa força perdeu noventa homens e ficaram feridos mais de cento e cinqüenta, quanto a divisão norte trezentos e oitenta mortos e outro tanto de feridos. Dali o General
Tomou o rumo de Cruz Alta, nós agora prisioneiros estávamos a mercê
de Bento Porto para azar meu rumava para aquele fatídico destino.
-Pois é disse o Coronel agora eu te conto que aconteceu castelhano
- Foi no mês de agosto a retaguarda do General é feita por Prestes Guimarães tem novecentos homens, ali rumo Cruz Alta já nossa retaguarda maragata entra em combate com a vanguarda governista de Fabrício Pilar,o General Gumercindo Saraiva havia agora com a junção das forças do Coronel Dinarte Dornelles, ficando com o efetivo de quatro mil homens.
Sim foi assim mesmo patron, Fabrício Pilar vinha mal na luta com o Coronel Dornelles, o General Gumercindo sobe a um pequeno morro para ver o combate mais de perto já que a luta não era sua, porém o Coronel Aparício vai ter com o irmão ele sempre brincou com a morte pediu ao general para fazer uma carga de lança contra Pilar, o General consente e fica sob a colina a observar a batalha.
Nessa altura o Tenente – Coronel Bento Porto trazendo alguns prisioneiros, se apóia num capão de mato e age de emboscada com atiradores de escol.
O General não precisava estar ali era quase noite era ariscado alguma emboscada estava ele trajado como um combatente sem pompas, usando uniforme de campanha, com chapéu de abas largas bombachas e apenas uma simples jaqueta azul ninguém o reconheceria
Era um simples guerreiro um paisano como eu....
Então patrão disse o paisano com a voz embargada , ali agachado olhando o combate de mãos atadas olhei aquele cavaleiro. - Jô, reconheci mi general por quem sempre nutri grande admiracion.
-E gritei El General, El General duas vezes la pior palavra de mi vida.
Bento Porto alguém avisou e ele gritou:
Atenção; mirem, e atirem de Pontaria ,atirem de pontaria é Gumercindo, é Gumercindo!
Aquelas balas certeiras poderiam ser pra mim patron.
Depois foi aquela confusão ninguém sabia se o General tava morto mas eu sabia enquanto soldados comemoravam, matei um soldado enforcado
e ganhei a noite aquele foi minha ultima participación em la guerra. Dali
parti para o Uruguai passei dez anos de minha vida com insônia a perambular à noite remoendo aquela fatalidade, nunca contei a ninguém
-Patron e gostaria muito que ficasse entre nós.
-Sossegue castelhano não tiveste culpa foi o destino aquele destino
ingrato que ninguém poupa, agora pegue seu cavalo e vá trabalhar.
-Gracias patron.
E lá se foi o castelhano agora um peão de estância e domador afamado
Para as lidas brutas da Estância do Colorado.


Fim do Primeiro conto


















-
Os Caminhos do Sul.

A tropeada se iniciou
Na Argentina espanhola
De um lado até Potosí
Eram as minas da Bolívia
Então... As planuras de Córdoba.
Estas serviram de estuário
E como diz o vizindário
Mulada de serventia,
É lá que o Jesuíta inicia
Seu primeiro criatório.

E Vieram da Argentina
Pra colônia de Sacramento.
Aquela mulada chucra
De lá ganharam o Brasil
Através de Cristóvão Pereira
Uma tropilha de primeira
Três anos estendida na estrada
Até chegar na Sorocaba.

Mil setecentos e trinta e um
Iniciou-se essa epopéia
E Cristóvão teve a idéia
De ir cortando o Rio Grande
E pelas vacarias do mar
De Sacramento a Viamão
Fazendo a integração
E um cargueiro de motivos
Pra desbravar este chão.

Até que outros Bandeirantes
Paulistas e Lagunenses
Abriram a estrada Geral.
- A rota passou a ser outra
E por motivos diferentes
Não mais as Mulas pras minas
Algumas mãos assassinas
Queriam fazer escravos
Aquela nação de bravos
Das Reduções guaranis

Mal sabiam que esses tauras
Não se prestavam pra escravidão
Porém a mando de uma Coroa
Mancharam de sangue o chão,
Sagraram a inocente pampa
Usando garruchas e espadas
Numa luta encarniçada
Surge um centauro na estampa.
Era Sepé em suas trincheiras
Com seus bravos e suas lanças
Exímios com suas bolas
Melenas esvoaçantes ao vento
Não iria frouxar nenhum tento
Gritando com muito entono...
-Levem mi sangue e Mi vida
Mas esta terra tem dono.

Perderam essa batalha
Mas não perderam a guerra
E ao defender nossa terra
E a Eterna Cruz de Lorena
Sua alma se agiganta
Enquanto sua vida se apequena.

Despertou então um SER
Um misto de bravo e de branco
Bom de briga e ,
Bom de prosa
Que se chamou de “Gaúcho”
Antes no sul do Brasil...
Hoje no sul do Hemisfério.

autor Boris Borges Teixeira

RODEIO DE HERÓIS

Você não conhece Vacaria Tchê
Então chegue pra perto
E conheça o CTG
Que do Rio Grande é PORTEIRA
Uma lide de Mangueira
Cá no parque ferradura
É a tradição mais pura
De nossa estirpe guerreira

Recuerdos de trinta e cinco
Avivam nossa memória
Uma epopéia de glória
Traçada pelos farrapos
Que mesmo vestido aos trapos
Eternizaram na luta
A nobreza e a conduta
Desta raça de nobres guapos

Em Cada tiro de laço
Lançado com precisão
Trás logo a satisfação
De Souza Netto em Seival
De Proclamar em alto brado
“ Liberdade ao nosso estado
E guerra a quem nos quer mal.

Ao ver um Rodeio Crioulo
Eu penso em Gomes Jardim
Como se guindo um clarim
Em Porto Alegre adentrou
O Rio Grande despertou
Com o ideal farroupilha
Formando a grande família
E do jugo se libertou.

E foram tantos heróis
Bento, Canabarro, Teixeira
João Antonio, Onofre, Oliveira
Haviam cavaleiros brilhantes
Combatiam como gigantes
lanceiros Negros do Gavião
salvaram a revolução
Naquele Poncho vedejante

E por fim amigos....

Nossos heróis foram briosos
Até nas condições de paz
Por justiça exalto no más
Os Negros e com suas lanças
A força e a pujança
De raça de homens destemidos
Que jamais serão esquecidos
Pois viverão em nossa lembrança.

Agora Nossos Heróis...

Trocaram de vez suas armas
Em vez da lança é o laço
Mostram a força no braço
No manejo com o gado
Gineteando um aporreado
-briga do homem com o animal
E nessa luta desigual
Só os bons tem seu legado.

Uma cidade de lona
É formada derrepente
Tradicionalistas de todo o continente
Competem com alegria
Na dança, na trova, na poesia
Em torno da mesma cultura
É o Rodeio que se amoldura
Nos campos da Vacaria.

Tantos homens tem história
No rodeio dos rodeios
Índios tauras nos floreios
De um violão ou de cordeona
Ou de uma égua redomona
Como a égua trinta e cinco
Ou então de um par de brinco
De uma prenda querendona.

Eu mesmo me embuçalei
Depois de muitas fusarcas
Quem tocava era os monarcas
Um bailaço no PORTEIRA
Era china lindaça e faceira
E foi num servicito de tousa
depois de um dedo de prosa
Encontrei minha companheira

Por isso que esse rodeio
Tem seu lado emocional
De fama internacional
Cercado de mil atrações
Em cancha ou em galpões
Onde a canha e o chimarrão
É o altar de comunhão
Das prendas e dos peões

Vou falar da vestimenta
São lindos vestidos de prendas
Com babados fitas e rendas
Porém o que encanta gauchada
É a prenda cheirosa de delicada
Como aquela flor no cabelo.
Neste meu canto sinuelo
Vamos vestir a peonada

O traje de gala é bombacha
Bota espora e chapéu
E pedindo a Deus do céu
Que proteja a gauchada
Pra que no fim da jornada
Amadrinhe no más a partida
Pois no fundo a nossa vida
É como uma gineteada.
Boris Borges Teixeira


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Tempos de Inverno

Quando vejo um gaúcho
se apresentando num tablado
de rodeio , bem trajado
apresentando uma poesia crioula
tenho ganas de voltar
voltar ao tempo já ido
me vem na mente lampejos
de muitas lides campesinas
e muitas vacas brasinas,
e de pingos mal domados.

De Noites de lantejoulas
E muitas histórias de amor.
De trastes do dia a dia
De bolichos e de bochinchos
Quisá por rabo de saia

E num vai e vem de lembranças
Toco meus cabelos brancos
E minhas rugas acentuadas
Lembro das rondas passadas
Os pelegos a cama fofa
travesseiro era os arreios
E o cobertor era o pala

A noite de inverno é braba
Pra nós o povo serrano
A geada vem de mansito
E brânquia o mundo grande
Mesmo em roda de uma fogueira
Feita de bugre e guamirim
Guardo fogo a noite inteira
Aceso perto de mim

Dá tremedeira no queixo
E encaranga os dedão
E o cusco rabão
Ao pé do fogo se faz de morto
Nesse silencio profundo
A gente adormece.


Autor Boris Borges Teixeira