sábado, 16 de maio de 2009

Fausta Mansão.

Transcrevo do Livro de José Fernandes de Oliveira "Rainha do Planalto"o seguinte:
No sítio onde se levanta a casa de Saúde do DR Elias Saadi antes de ser construido o
prédio da finada Elvira Virginia dos Santos Lacerda, avultou a fausta mansão da Fa-
milia TEIXEIRA. O vetusto casarão de paredes de pedra, cuja espessura tinha um metro
era terreo e de construção tão sólida que ainda hoje poderia poderia estar resistindo a ação do tempo.Dividia-se em vários compartimentos amplas salas e alcovas
com mobiliarios e utensílios adequados,bem como as demais dependencias necessárias ao
estabelecimento que era ao mesmo tempo rural e urbano.
A mobilia das salas era simples, constando apenas de cadeiras bancos envernizados e consolos com vasos e finos candelabros de cristal, a das alcovas, igualmente modes-ta resumia-se em cama alta com guarnições superiores para cortinas e inferiores para
os rodapés tambem chamados roda camas; mancebos para os catiçais e grandes baus cobertos de couro fino ricamente incrustado com tachas duradas esuspensos em quatro pés curtos e firmes no assoalho; e finalmente a da sala de jantar, composta de mesa bancos , aparadores e armarios com preciosas baixelas de porcelana e prata, até agora
existem em unidades dispersas entre muitos herdeiros.
Segundo o costume da época a cozinha ficava situada a pequena distância da casa.
Seguia-se-lhe a senzala. Depois a atafona, a pocilga o aviário as cavalariças, o curral e o potreiro, em cujo fundo havia um capão notável pelo grande número de arvores de frutos silvestres que nele se encontravam. Esse lugar é hoje cortado pela
rua Silveira Martins.
Ao lado a casa grande, um frondoso umbu que ao julgar pela circunferencia do tronco, deveria ser arvore secular: ao fundo o grande pomar , de que ainda hoje restam algumas nogueiras; a seguir a lavoura que se estendia até a margem do arroio
Uruguaizinho, em cujas proximidades estavam localizadas os "olhos d'agua".
Essa rica propriedade pertenceu ao Cel. José Luiz Teixeira, casado com Dona Rosa
Borges Vieira.
Desse auspicioso consórcio houve dez filhos: Virginia Maria, José Luiz, Virgolina Maria, Antonio Luiz, Mafalda Maria, Francisco Luiz, Josefina Maria, Joaquim Luiz, Luis José e Afonso Luiz.
A antiga mansão da família Teixeira marcou o período aureo da sociedade local da Vacaria de outrora, através de um passado cheio de recordações tão gratas que nos
apontarão os incontáveis atos peculiares à boa vontade do venerando casal José Luiz
e Rosa, fiéis continuadores das nossas tradições, em prol do bem coletivo a saber:
1- Como venturoso larda família cristã instituido sob a égide da Igreja católica
e onde se observou escrupulosamente o significativo lema: " Em tudo seja Deus o primeiro servido".
2- Como escrinio onde se condensaram idéias superiores, tais como a criação de uma escola pública para meninos, o que sse realizou em 1847. Com efeito a 30 de agosto deste mesmo ano em uma das salas do prédio mobiliado as espensas do proprietário, era instalado sob a regencia do professor Luis Augusto Branco, a primeira unidade escolar criada neste setor do estado.
Foi no velho solar o primeiro templo de instituição do planalto e onde a luz do aprendizado escolar começou a irradiar para iluminar o cerebro dos meninos da Vacaria de então.
3- Como centro de Diversões onde, a miude se reunia a fina flor da mocidade masculina da epoca para se exercitar nos torneios de poesia popular ao som da viola, distinguindo-se nas dificuldades mecânicas do verso Sinfronio Barreto do Amaral, Joaquim e Afonso Luiz Teixeira, Libório Antonio Rodrigues, Salustiano Lima, e muitos outros.
Depois variando de meio,esses moços bailavam as danças sapateadas, aque chamavam
fandango, ou combinavam o modo como deveriam realizar outras diversões favoritas, como carreiras, cavalhadas, etc. Imitando o gaucho primitivo, dançavam a meia Canã , os lanceiros, a tirana e outros sapateios, vestidos de cheripá , ceroulas de crivo,e jaqueta presa com a guaiaca, ao passo que as damas usavam vestidos com largos babadões e laços de fita ao cabelo.
Alem disso muitas vezes o velho solar abriu as portas para grandes solenidades a que assistiam os elementos mais representativos detodo o nordeste gaucho.
4- Como escola feminina de educação doméstica e rural, onde Dona Rosa Borges Vieira, tendo enviuvado, deu as filhas de seus escravos, as bases das futuras missões que deveriam desenpenhar depois da sua morte.

Eis ai neste relato do Professor a veracidade de quem viveu em loco essa fase da História Vacariana.