domingo, 15 de fevereiro de 2009
Rodadas
De redeas soltas no pasto
assoleado e mal nutrido
o peão quer vender os bastos
-o pingo já foi vendido
As rugas que trás na fronte
-marcas forjadas sem brasa
são anceios de horizonte
De chão, de pão e de casa
os olhos são como adagas
- restos teimosos de vida
que campeiam nas estradas
gestos de mão estendidas
se os labios não dizem nada
é porque o mundo os cerrou
de que adianta ter-se a pousada
se o sonho já se cambeou...
Cansou-seo peão de ser verso
eo verso de ser refrão
planchou-se um sonho no berço
pra não viver de ilusão.
Por isso vejo, no brete
e, ao longo, no corredor
Mais um potro sem ginete
Mais um verso sem cantor.
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