quarta-feira, 22 de outubro de 2008

AÇORIANOS EM VACARIA
Vacaria uma cidade de grandes valias, porém pouco investidas, faz neste
ano 243 anos de colonização pelos primeiros portugueses que aqui chegaram, para
desbravar estas terras, onde havia fartura de riquezas naturais, como os campos de
araucárias, que faziam belas e imensas vista de paisagem, que engrandeceram se
aos olhos de seus desbravadores açorianos.
Em meados do ano 1740 começam a surgir os primeiros portugueses com
intenção de povoar as terras indígenas e acabam por entrar em confronto direto com
os índios tendo que deixar por algumas vezes estas terras.
Mais tarde não mais temendo as investidas dos índios configuraram-se os
pioneiros e troncos de Vacaria que reiniciaram seu povoamento:
1-João de Campos Brandemburgo e Maria do Rego Melo.
2-Manuel Rodrigues de Jesus e Clara Jorge de Melo.
3-Antônio Borges de Vieira e Tereza Rodrigues de Jesus.
4-Manuel de Souza Duarte e Maria Rodrigues de Jesus.
5-Antonio Manuel Velho e Inácia de Jesus Velho.
6-Inácio Fernandes dos Reis e Páscoa Gonçalves de Jesus.
Do entrosamento Borges Vieira e Rodrigues de Jesus nasce Inácia Vieira
considerada a mãe Eva dona da sesmaria onde se situa a parte urbana de vacaria
hoje, sendo a doadora do terreno onde hoje se encontra a Paróquia Nossa Senhora
da Oliveira e ainda por este mérito leva o nome de uma das principais ruas da
cidade.
Temos ainda e não menos importante, que mencionar a primeira estância
a se formar em Vacaria, que ainda trás o nome de batismo ”Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro”, onde seu primeiro dono José Campos de Brandemburgo foi
considerado o pai adão da região por dar inicio a colonização e formação das
famílias da região que até hoje trás seus descendentes.
Contudo tem-se a necessidade de notar a importância desta colonização,
pois trouxeram se os costumes, cultura e linguagem para engrandecer o que hoje
conhecemos como a cidade de Vacaria.
MEMÓRIAS DA FAZENDA SANTO ANTONIO DOS AUSENTES
Dividir a terra em lotes e distribuí-la a particulares foi o sistema de posse
utilizada por Portugal.
A lei da sesmaria (medida de terra) remonta do ano de 1375.
Para ganhar uma sesmaria bastava um despacho do comandante militar ou
governador, com posterior aprovação, de Lisboa em Portugal.
A terra concedida tornava-se propriedade hereditária e o dono tinha que pagar
dízimos sobre o que produzisse.
Em 1718 aportaram os Portugueses, abrindo caminhos inclusive para
tropeiros, pela Serra Velha posteriormente Serra da Rocinha, ligando Araranguá
com os Campos de Cima da Serra, Lages a Sorocaba - SP.
Pela necessidade de transportar maior quantidade de cargas, possibilitando o
tráfico sem perdas, foi o que levou a abrir novos caminhos.
Abriu-se então o caminho de Vacaria a Sorocaba passando pela Serra, assim levou
muitos homens da região a negociar seus produtos entre litoral e serra.
O tropeirismo forte na época, foi um sistema social de extrema importância
para a expansão e ocupação. Especializavam-se em muares e criação de gado que
aumentou muito na região dos Pampas.
O tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu e Francisco de Souza Faria, abriram
algumas povoações, que partindo de Viamão, passava em Santo Antonio da
Patrulha, subia até os campos de Vacaria e Serra Geral.
Este primeiro, que pertencia á nobreza como tinha laços fortes com a coroa, foi
concedido as primeiras sesmarias.
Neste contexto, situa - se as sesmarias dos “Ausentes” de Antonio Manoel
Velho.
O topônimo “Ausentes” ficou explicado no fato de os primeiros donos nunca
terem assumido as sesmarias, e as terras foram novamente leiloadas, seja por
abandono de seus proprietários ou inexistência de seus sucessores.
Os últimos arrematadores foram três Paulistas: O padre Bernardo Lopes da Silva,
tenente José Pereira e Manoel José Leão que venderam ao Português Antonio
Manoel Velho. Após 24 anos da posse, pede registro legítimo e definitivo das terras
da Fazenda Santo Antonio dos Ausentes.
Historicamente o maior latifúndio do Rio Grande do Sul. As três sesmarias
conhecidas como dos Ausentes, no final abrangia uma área de 129.336,69 ha.
passando de dez sesmarias. Aumentada também com o dote da esposa, (Fazenda
Sant’Ana), Ana Gonçalves Vieira natural de Santo Antonio da Patrulha, com quem
teve nove filhos.
Fazia parte dos campos de Vacaria, localiza-se entre as abas do planalto o
oriente, o rio Pelotas ao norte, o rio das Antas ao sul, confinado a oeste com campos
de diversos moradores.
Vagavam neste local mais ou menos cerca de cinqüenta mil cabeças de
reses, mulas e cavalos chucros.
Com a morte de Antonio Manoel Velho em 1846, a Fazenda foi dividida.
Novamente a área foi subdividida em1874, data do falecimento de Ignácio
Manoel Velho, um dos herdeiros, que manteve o patrimônio de seu pai e ainda
aumentou a área.
Nessa época a fazenda ficou famosa pela criação de gado da raça franqueiro.
Foi casado com Maria Ignácia de Souza, teve nove filhos, deixando a
fazenda aos seus sucessores, um deles Joaquim Inácio Velho (Quinca).
Quinca, casou-se com a Lageana Valeriana Maria das Chagas, tiveram
também nove filhos.
Por volta de 1925 a sede da Fazenda, já bastante dividida, ficou para um dos
herdeiros Dionísio Joaquim Velho (Nizóca).
Atualmente Dalvone Borges Velho, 5ª geração da “ Família Velho”, mantém
as porteiras abertas ao Turismo Rural na sede da Fazenda dos Ausentes, com
acervo histórico cultural dos descendentes e também o colossal mangueirão de
pedra com mais de 200 anos, que deve ser considerado entre as mais antigas
construções do Rio Grande do Sul.

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