quarta-feira, 22 de outubro de 2008

UM NORDESTINO DE CORAÇÃO GAÚCHO, ALMA VACARIANA
DE ORIGEM LUSITANA: LUIZ AUGUSTO DE MEDEIROS BRANCO
Com o afluxo do homem branco na região dos Campos de Cima da Serra,
houve a necessidade e o interesse de dividi-la em “Sesmarias”, facilitando a sua
ocupação e o povoamento.
Surgiram então, no ano de 1765, os Paulistas, Mineiros, Paranaenses e
principalmente Lagunenses, de origem Açoriana, a maioria Lusitana. Todos com um
único objetivo tornarem-se proprietários de uma grande extensão territorial de terras
e se apossarem do gado que nelas existiam e as povoavam. Foram, portanto, os
primórdios e valorosos pioneiros do novo eldorado.
Mas, seguindo a linha do tempo, mais precisamente na data de 09 de
novembro de 1845, oito meses após o fim da Revolução Farroupilha, embarcava em
um navio na cidade do Rio de Janeiro, Luiz Augusto Medeiros Branco, natural de
São Luiz do Maranhão, onde nascera em 16 de março de 1826, com destino ao Rio
Grande do Sul. Seus pais, os portugueses Sebastião José de Araújo e Ana
Gonçalves de Medeiros Branco, ambos oriundos de Lisboa, Portugal.
Luiz Augusto chega ao porto de Rio Grande em 17 de novembro de 1845,
contava então com 19 anos de idade, permanecendo nesta cidade até a data de 08
de julho de 1847, quando se muda para Porto Alegre.
Por ato datado de 04 de agosto de 1847, é nomeado professor público da
então “Freguezia de Nossa Senhora da Oliveira”. Com novo destino traçado, viaja
para a terra em 12 de agosto e em 30 de agosto de 1847, abre a sua escola, vindo a
tornar-se o “PRIMEIRO PROFESSOR” da Vacaria, aos 25 anos de idade.
A família Borges Teixeira construiu uma mansão, mais tarde ocupada pelo Dr.
Elias Saadi, na Rua General Lima com a Rua Silveira Martins. Ali, o Cel.José Luís
Teixeira, este natural de Cachoeira do Sul/RS, casado com a Sra.Rosa Borges
Vieira, filha de João Borges Vieira e Francisca Xavier Ribeiro. Ele, filho de Antônio
Borges Vieira (Lisboa/Laguna) e de Teresa Rodrigues de Jesus (Laguna/SC), casal
que originou o tronco da família BORGES VIEIRA X RODRIGUES DE JESUS,
constrói a primeira escola da Vacaria, tendo como professor público nomeado o Sr.
LUIZ AUGUSTO DE MEDEIROS BRANCO, (meu tataravô). Permanece como
professor até 14 de novembro de 1851, data em que solicita exoneração do cargo,
por haver sido nomeado então o “1ºTabelião Público Judicial e Notas”, na
conseqüência do vilamento de Vacaria, pela Lei Provincial de nº185 de 22 de
outubro de 1850, subordinada à Comarca de São Borja/RS, cargo este que deixa
pela extinção da Comarca em virtude da Lei de nº227 de 16 de janeiro de 1857.
Com o novo cargo assumido, 28 dias após, em 12 de dezembro de 1851,
torna-se genro do Cel.Teixeira, após declarar-se em versos para a sua prometida, já
que era poeta por vocação, casando-se com Virgolina Maria Teixeira, 2ª filha do
casal, numa prole de dez irmãos. Dessa união, nasceram diversos filhos,
sobrevivendo-lhes apenas três: Ernesto, Olímpia e Gaudêncio (meu bisavô).
Em 08 de outubro de 1858, é nomeado para ocupar o cargo de Capitão do
Secretariado Geral do Campo Superior da Guarda Nacional da Comarca de Santo
Antônio da Patrulha, a Vacaria/RS passava há pouco, ser designado o 4º Distrito
deste município, por Carta Patente assinada pelo Imperador D.Pedro II e atestado
em 12 de janeiro de 1859 por Antônio de Sampaio, Comendador da Imperial Ordem
da Rosa, Cavaleiro de São Bento de Aviz, por petição despachada pelo então
Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Conselheiro Diogo
Ferraz.
Traço marcante de bondade de Luiz Augusto de Medeiros Branco é a alforria
concedida aos seus três últimos escravos: Antônio, Gervásia e Margarida,
comemorando com este ato, o primeiro aniversário de casamento de sua filha
Olímpia de Medeiros Branco com João Batista Orsi, em 25 de fevereiro de 1885.
Exerce a medicina prática com proficiência, sem receber remuneração pelos
serviços prestados aos muitos doentes que o procuravam.
Em 1894, já com 68 anos de idade, resolve iniciar a colonização de terras que
possui na Serra das Antas, próximas a atual cidade de Antônio Prado/RS, assim
como lança os fundamentos da florescente Vila do IPÊ, hoje município de IPÊ/RS.
Para a medição e demarcação das terras em lotes urbanos e rurais, contrata
os serviços profissionais do Major Francisco Marcantonio. Este mede a praça, 85
lotes urbanos, 36 chácaras e 20 lotes rurais e, em seguida, e em seguida ergue-se a
Capela sob a invocação de SÃO LUÍS DE FRANÇA.
No início, o povoado fica conhecido por “Formigueiro”, após Capela “São
Luís” e por fim de “Vila Ipê”, 4º distrito de Vacaria/RS e atualmente município de
IPÊ/RS, emancipado em 1988.
LUIZ AUGUSTO DE MEDEIROS BRANCO, o primeiro professor de ensino
público da Vacaria/RS, faleceu em 16 de setembro de 1895 e seus restos mortais
repousam no cemitério de sua própria fazenda, em IPÊ/RS.
Para ilustrar os porquês nos dias atuais, estou resgatando a história deste
Nordestino de nascimento, mas gaúcho de alma e tradição vacariana, sigo a linha do
tempo:
a) Gaudêncio de Medeiros Branco (filho) casa-se com Joana Soares, de
descendência caingangue (meus bisavós): Dessa união nascem: Virgolina, Luís,
Aquiles, Cândida, Luíza, UNIVERSINO, Pelágio e Mafalda.
b) Universino de Medeiros Branco casa-se com Venina Rodrigues da Silva
(meus avós) e dessa união nascem: Francisco Gonçalves, José Canuto, Branca,
Thereza, Pedro e Gilberto Gaudêncio.
c) Francisco Gonçalves de Medeiros Branco casa-se com Ana Eda Rodrigues
Branco (meus pais) e dessa união, nascem os filhos: Luiz Edgar, Edacira, Venina e
Ana Maria.
E nos dias de hoje, feliz em poder reproduzir um pouco da história da minha
origem e pertencer à história da nossa Vacaria, dos Pinhais de antigamente aos
Pomares atuais e mais recentemente as lavouras de milhos, trigos e de sojas:
d) Luiz Edgar Rodrigues Branco casa-se com Maria Nilséia dos Santos Branco,
esta também com origens Lusitanas (Meireles Martins), e temos três filhos: Rafael,
Daniele e Gabriele.
“Temos consciência que não há volta ao passado, mas o passado
revive em nós por seus valores desde que, façamos por merecê-los”.
Dr.Jarbas Lima/2006

2 comentários:

Unknown disse...

Sou descendente na 7 geração de Luiz Augusto de Medeiros branco. Meu nome solteira era fatima Regina branco dos santos.

Unknown disse...

Minha bisavó era a Dona Olímpia, meu avô, era o Sr. Ernesto Branco que casou com a Dona Maria da Gloria Xavier Branco, tiveram entre varios filhos o meu pai, José Antonio Xavier Branco, meu pai casou com Isabel de Oliveira Branco, onde nasceu minha irmã Gisabelle de Oliveira Branco e eu, Isabel Cristina de Oliveira Branco.
Muito legal saber da minha descendência, saber o nome do meu tataravô. Incrível saber dessa história!!!