quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mulheres pioneiras do século passado
“História que não se registra se perde”. Graças a história registrada por José
Fernandes de Oliveira, no livro Rainha do Planalto, edição de 1959, descobri que
faço parte da nona geração descendente do patriarca Antônio Borges Vieira natural
de Lisboa e residente em Laguna onde casou-se com uma lagunense.
“Dessarte, sem tardança, o inolvidável patriarca Antônio Borges Vieira, com
sua pequena família que então se compunha somente da esposa e do primogênito,
deixou Laguna em 1765 e foi procurar outras plagas apropriadas ao fim que tinha
em vista. Aprouve-lhe requerer posse em Vacaria, por lhe parecer campo azado
para dar largas às suas boas intenções.” (Livro Rainha do Planalto pg. 25)
Eu me chamo Taiane Santi Martins nasci em 1988 e sou filha de Luiz Gilberto
Ritter Martins (8.3) casado com Helena Maria Rodrigues Santi, meu pai filho de Luiz
Fernandes Martins (7.5) e de Lídia Gassem Ritter . Meu avô paterno era filho de
Almedorina Fernandes Bueno (6.2) e de José Otávio Meireles Martins. A “vó dona”,
como meu pai chamava, era filha de Luiz Fernandes da Fonseca (5.2) e de Maria de
Oliveira Boeno. Ele era filho de Maria Borges Vieira (4.4), já do tronco dos Borges, e
de José Fernandes da Fonseca. Maria era filha de Manoel Borges Vieira (3.1) e de
Gabriela Maria Correia de Almeida. Manoel era primogênito de João Borges Vieira
(3), filho do patriarca Antônio Borges Vieira e de Tereza Rodrigues de Jesus.
Nasceu em Vacaria e casou-se com Francisca Xavier Ribeiro.
Neste contexto vou falar de mulheres pioneiras, assunto que para mim não é
difícil, pois nasci numa família onde as mulheres são guerreiras e sempre
enfrentaram grandes desafios.
Do livro Rainha do Planalto com o título Vacariana Tradicionalista (pg. 184,
primeiro parágrafo) cito: “Dona Maria Borges Vieira nasceu em Vacaria, onde
passou toda sua preciosa existência, sempre voltada ao bem do próximo. Era
conhecida ainda, pelos nomes de Mãezinha e Mãe Borges. Mãezinha – porque,
enviuvando seu pai, assumiu ela os pesados encargos da casa, tendo como
auxiliares algumas escravas de confiança”.
Esta é uma história da tataravó de meu pai, mas acredito que houveram muitas
mulheres pioneiras, nesta grande família, que contribuíram com seu legado na
formação do povo Vacariano, mas destaque especial eu quero dar a minha vó: Lídia
Ritter Martins que nasceu em 1907,e faleceu em 2001. Ela foi a primeira fotógrafa
mulher de Vacaria, ou melhor retratista porque assim eram chamados os que
tiravam fotos das pessoas. Ela veio de Cachoeira do Sul acompanhando seu
cunhado Sargento Agnello Winter que fora transferido com o 3º Batalhão Rodoviário
para Vacaria, foi quando conheceu meu avô, Luiz Fernandes Martins, ele ourives,
nome dado à pessoa que fazia objetos de ouro e prata e consertava relógios.
Casaram-se e passaram a morar na rua Ramiro Barcelos, onde ela tinha seu
pequeno “studio”.
Começou a tirar fotos, nos seus 20 anos, ela mesma revelava e até usava uma
técnica para colorir as fotos manualmente. Em Vacaria seu trabalho iniciou lá pelos
anos 40 e foi até meados de 60. São poucas as famílias daquela época que não
possuem retratos tirados e revelados pela dona Lídia.
Sem dúvida minha vó foi uma mulher pioneira, a frente de seu tempo e que
deixou gravado seu trabalho e sua habilidade com fotos, colaborando enormemente
para registrar a história de muitos momentos importantes das famílias Vacarianas.
Sendo assim, posso me orgulhar de minha vó, a qual conseguiu criar lindas
fotografias sem toda a tecnologia e facilidade que hoje possuímos. Pode parecer
corriqueiro agora, mas naquela época foi realmente um grande desafio

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